sexta-feira, 11 de junho de 2010

Próxima Feira??

VAMOS FAZER UMA NOVA FEIRA DE TROCA SOLIDÁRIA??????????????????

QUANDO? agosto tipo dia 14 `atarde. O que acham?

ONDE? O Carlinhos Cunha ofereceu o espaço da Academia, na subida do jd do Lago, em frente à Limits.

COMO? vc pode ajudar? entra em contato.

Beto: samu@uol.com.br

domingo, 7 de março de 2010

Feira de Troca e Arte no Céu

Sábado, dia 13 de março. Aparece!!!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Feira de Troca no Avis rara (Sousas/Campinas)

Um espaço bem legal, ecológico, sustentável, bonito e aconchegante. Acontece mensalmente a Feira de Troca. Uma feira bem legal com trocas significativas... sem moeda social mas por isso mesmo um exercício profundo de reconstrução de valores, desapego e conexão.

o espaço interno


produtos ou pretexto?

iniciando a troca


a negociação


gente nova e gente vivida

as plantinhas

teto com iluminação natural

lado de fora














participe da próxima:
http://www.avisrara.com.br/

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O Banco do Tempo é o único que não vai à falência

“Aqui, no Banco do Tempo (BT), não queremos dinheiro nem subsídios de ninguém, apenas queremos dar horas e receber horas; o BT é o único que não vai à falência.” No final da entrevista, Jorge Neves, um dos coordenadores do BT de Ílhavo, sintetizou de forma lapidar o que é esta estrutura, criada pelo Graal.

Aposentado das suas obrigações profissionais, pensava que ficaria livre, mas está completamente ocupado. “110 por cento envolvido em trabalhos de casa, pertenço ao Grupo Poético de Aveiro, digo poesia e estou no BT”, disse.

O “bichinho” da solidariedade surgiu-lhe quando o Diniz Vizinho, “que é o maior entusiasta deste projecto”, o convidou, em 2008, para o ajudar a reorganizar o Banco, que estava um tanto ou quanto adormecido, depois de ter sido criado em 2002.
As dificuldades que encontraram foram muitas, mas tudo se compôs e hoje já há 50 pessoas que aceitaram trocar horas, ao jeito do espírito de vizinhança, o qual está a perder-se com o corre-corre da vida dos nossos tempos.

Segundo Jorge Neves, “os ilhavenses mostravam-se um pouco cépticos, à espera do que isto iria dar; também mostravam algumas reticências em admitir que alguém entrasse em suas casas, para partilharem ajudas”. E acrescentou: “As pessoas gostam mais de dar do que pedir.”

Sabendo que é cada vez maior o número de idosos nas nossas comunidades, graças à esperança de vida que continua a crescer, Jorge Neves adiantou que muitos ficam “inactivos e descrentes da vida, caindo na solidão”. Torna-se necessário, por isso, envolver essas pessoas em tarefas que lhes dêem prazer. E explicou: “durante a vida profissional faziam sempre as mesmas coisas, deixando de lado gostos que ficaram à espera de poderem ser realizados; agora podem concretizá-los, porque têm tempo para isso; só precisam de ser estimulados, tarefa que nos cabe a nós.”

Recordou o caso de uma senhora que vive só, porque os filhos trabalham e residem longe. “Um dia foi apanhar umas folhas de couve ao quintal para uma sopinha; sentiu-se mal e caiu; sem poder levantar-se, ali ficou 24 horas, suportando o frio da noite e a angústia de não ter quem lhe valesse. Passado esse tempo, uma vizinha estranhou a sua ausência e foi encontrá-la naquela situação. Felizmente resistiu.”

“Este exemplo – sublinha – leva-nos a cultivar o gosto de olhar para o lado, porque a solidariedade não é nem pode ser uma palavra vã; tem mesmo de ser vivida e trabalhada 100 por cento, por cada um de nós e por toda a comunidade.”
Maria de Lurdes está no BT desde o início. A primeira fase foi desanimadora, mas agora, felizmente, há mais motivação. Neste momento dedica quatro horas semanais à confecção de bonecas, em colaboração com Maria das Dores, para serem enviadas para a Guiné.

Muito importante foi, sem dúvida, conseguir estimular um vizinho que ficou sem as pernas de um dia para o outro. Como é membro do BT, envolveu-o na tarefa das bonecas. “Quando lhe falei para colaborar, ele ficou muito emocionado”, frisou a Maria de Lurdes. E explicou: “O BT tem de olhar para casos de pessoas que estão em situação difícil e que precisam de incentivos, para não pensarem nas doenças.”

A Maria de Lurdes confessa que não gosta muito da cozinha. “Se puder fugir da cozinha, fujo!” Por isso, pediu ao banco alguém que a pudesse ajudar na confecção de comida para uma filha, que exerce a sua profissão no Porto. E lembrou que os pedidos e ofertas de horas têm de ser feitos no BT, directamente ou pelo telefone. “Isto não é um clube de amigos”, referiu.

Uma senhora aderente logo se prontificou a fazer aquilo que a Lurdes desejava. Como as trocas podem não ser directas, outros membros do banco trataram-lhe do jardim e pintaram-lhe uma parede. A Lurdes, contudo, já foi passar a ferro.

Maria das Dores, que colabora na confecção das bonecas, também aderiu ao BT desde a primeira hora. Ofereceu-se, no acto da inscrição, para estar com idosos necessitados de companhia, escrever cartas e ler a quem não o possa fazer, ajudar em tratamentos, seguindo instruções de enfermeiros, e cuidar de crianças.

Considera importantíssimo o espírito de entreajuda, o que a leva a falar do BT, com o objectivo de cativar mais gente para este serviço. Os que aderem precisam, naturalmente, de ser apoiados na integração. Mas a Maria das Dores ainda lembrou outras tarefas, entretanto programadas. Como Ílhavo é uma terra de marinheiros, sabe-se que muitos homens, com carro próprio, já não podem conduzir, estando impossibilitados de ver o mar e de passar pelas nossas praias. Pois isso vai ser feito, com alguém do BT a conduzir os seus carros.

Jorge Neves esclareceu que os membros do BT não são apenas pessoas reformadas ou aposentadas. “Temos bastantes com os seus empregos, incluindo crianças.” Crianças? E apontou três exemplos: “Uma, depois de ouvir histórias contadas pela avó, começou a contar-lhe as suas próprias histórias; outra veio ao banco pedir que lhe indicássemos uma colega que quisesse passear com ela de bicicleta; outra, menina de 13 anos, ofereceu-se para fazer fosse o que fosse; as primeiras tarefas foram passar a ferro no Lar de São José e andar com velhinhos nas suas cadeiras de rodas.”



O Lar de São José foi o aderente n.º 1. Nessa linha, o BT substitui alguma voluntária que falte, na hora de passar a ferro, e no Verão disponibilizou-se para conduzir o autocarro do lar, transportando os idosos para a praia e acompanhando-os.

O BT de Ílhavo está ligado ao Banco Central, coordenado pelo Graal. Há uma rede de 27 BT no país, todos motivados para apoiar a família e a conciliação entre a vida profissional e a vida familiar, através da oferta de soluções práticas da organização da vida quotidiana. Desta forma, pretende-se construir uma cultura da solidariedade, promovendo o sentido de comunidade, o encontro de pessoas que convivem nos mesmos espaços e a colaboração entre gerações. No fundo importa construir relações sociais mais humanas, valorizando o tempo e o cuidado dos outros, estimulando os talentos e promovendo o reconhecimento das capacidades de cada um.



Em Ílhavo, o BT mantém uma parceria institucional com a paróquia de São Salvador, contando com apoios pontuais da CGD (para a confecção de cartazes), Jornal Ilhavense e Rádio Terra (para a difusão dos ideais e projectos do banco) e Junta de Freguesia (para despesas de água, luz e telefone).



Fernando Martins – texto e fotos

Clubes de Troca - trecho de cartilha do Cefuria

O que são Clubes de Troca? Como surgiram?

Um Clube de Troca nasce quando um grupo de pessoas decide se encontrar, juntar as necessidades de produzir e consumir, formar autogestão. Ou seja, pessoas que têm algo para “oferecer” e ao mesmo tempo, precisam receber. Os participantes trocam valores, saberes, objetos e serviços entre si, usando a moeda social como meio de facilitar as troca.

É uma busca coletiva pela sobrevivência, ocupando espaço para construção da cidadania, questionando o sistema que oprime, criando relações não capitalistas, semeando um novo modelo de sociedade.

Os Clubes de Troca tiveram origem simultaneamente no Canadá e na Argentina. O primeiro Clube de Troca no Brasil foi inaugurado em l998, na periferia de São Paulo. Logo a experiência se espalhou para outros Estados.

No Paraná, o primeiro Clube de Troca surgiu em 2001, no bairro do Sítio Cercado. Recebeu o nome de “Pinhão”, mesmo nome da moeda social, que é utilizada em vários outros Clubes de Troca em Curitiba e outras cidades do Paraná.

Em 2002, surgiu o primeiro Clube de Troca realizado nos espaços nos quais há a disponibilidade de alimentos provindos de doações. Rapidamente, esta experiência foi difundida para várias Paróquias e organizações. Nestes casos, o alimento é partilhado no grupo de trocas, e passa a ser administrado pelos próprios participantes do grupo.

O que é moeda social?

Moeda social é o instrumento criado exclusivamente para facilitar as trocas. Só tem validade nos Clubes de Troca.

Cria-se a oportunidade de questionar o “dinheiro” que, para o sistema capitalista, é a medida de todas as coisas. A moeda social rompe com isso, porque é um simples meio de facilitar as trocas. Nos clubes de troca, quem está no “centro” é o ser humano.

A moeda social é recebida como empréstimo: quando a pessoa entra no grupo de troca, “se associa”, tendo como compromisso levar para as trocas no mínimo 05 itens (produtos), sendo pelo menos um feito pelas próprias mãos. O ato de produzir algo com as próprias mãos favorece e incentiva a criatividade, a auto-estima, a valorização do trabalho.

O que acontece nos Clubes de Troca?

A dinâmica dos Clubes de Troca acontece em cinco ou seis etapas, conforme haja disponibilidade ou não de alimentos provenientes de doação:

1. Acolhida

As reuniões sempre se iniciam com uma acolhida, animada pelas pessoas do próprio grupo, que se dividem em equipes rotativas. Pode se dar sob a forma de boas vindas, palmas, apertos de mão, música, oração. É comum a prática do “minuto de silêncio”, que possibilita orações individuais, em respeito à pluralidade de crenças.

2. Mística

Momento de formação com dinâmicas, problematização e muita escuta. As pessoas vão descobrindo que são importantes na construção do novo, sentem-se sujeitos. A mística – prática difundida nos movimentos sociais – anima e favorece a reflexão diante do quadro social desolador, onde reina o fatalismo. Com a mística, fica mais fácil aflorar a solidariedade, a reflexão e o cultivo da esperança.

3. Apresentação

Os “prossumidores” (produtor e consumidor), apresentam-se a si e os produtos, saberes e serviços que cada um levou para o encontro. O trabalhador mostra o produto de seu trabalho, numa contraposição ao modo de produção capitalista, que relega ao trabalhador um papel secundário. É importante que todos se tratem como seres humanos, pelo nome. O modo de produção capitalista insiste em dispor as pessoas em fila, e as trata por números. Na Economia Solidária não pode ser assim.

4. Trocas solidárias

O que se troca nos Clubes de Troca? Nestes espaços se troca muito mais do que roupas, alimentos, artesanato, serviços. Há também a troca de amor, carinho, olhares, abraços, idéias, experiências, informações, alegria, aconchego, escuta, vida. Isto mostra que a dimensão do imaterial, do afetivo, é marcante nesses espaços, convivendo com o material e, muitas vezes, sobrepondo- se a este.

5. Encaminhamentos

Findo o momento das trocas, é hora de dividir as tarefas para o próximo encontro e fazer uma avaliação. O que precisa melhorar? O que foi bom? O que se quer para o próximo encontro? Em geral, esta etapa ocorre em forma de assembléia, devido às questões apresentadas pelo grupo e à necessidade da tomada de decisões. É o momento de debate, críticas, posicionamento, votação, deliberação. Um espaço privilegiado para o exercício democrático.

Paul SINGER diz o seguinte:
 “Assumir o poder de participar das decisões e portanto de estar informado a respeito do que acontece e que opções existem é um passo importante para a redenção humana do trabalhador."

6. Partilha

O último momento é o da partilha do alimento doado pela comunidade, usando a moeda social. Este alimento deve ser administrado pelos próprios prossumidores, não deve ficar exclusivamente sob os cuidados de animadores, voluntários da Ação Social e outras lideranças comunitárias.

O alimento é adquirido por cada participante, segundo a necessidade e quantidade disponível no momento. Deixa de ser uma forma humilhante de receber o alimento na “fila”. O alimento não é empacotado e “escondido” por alguém e depois oferecido, mas compartilhado na presença de todos.

Como se constrói a autogestão e solidariedade nos Clubes de Troca?

É importante a participação de todos, e não existe um padrão pré-estabelecido. Cada grupo vai construindo seu jeito de ser e se de corrigir, conforme vai caminhando. As decisões são sempre coletivas. As práticas desenvolvidas são inspiradas na pedagogia proposta por Paulo FREIRE. Procura-se desenvolver conjuntamente a ação dialógica, na perspectiva de desenvolver o ato de “ler” e transformar a realidade.

Todo o grupo deve ter suas próprias normas, construídas coletivamente, de forma simétrica, após debate. Há grupos que possuem estatuto e regimento interno. É comum produzir faixas ou banners dispostos em locais visíveis, contendo as regras, para que todos possam delas se lembrar e os novos integrantes e visitantes as conheçam. Repetimos: o que o grupo decide deve virar lei. Isso não impede, portanto, que as regras sejam revistas eventualmente, tão logo se tornem ultrapassadas diante das novas situações que se apresentam.

As equipes rotativas de trabalho também se tornam necessárias para que se efetive a autogestão. Os coordenadores ou animadores que administram a moeda social e o alimento, que atuam na animação das reuniões e executam outras atividades necessárias, devem ser eleitos democraticamente. O mandato não deve ser longo, para que todos tenham a oportunidade de passar por esta função.

Se o modelo capitalista exclui, cria indivíduos isolados, egoístas e preocupados com o lucro, os Clubes de Troca atuam de forma contrária: animam, reúnem, criam laços de solidariedade, consciência de grupo, valorização do ser humano.

Primeiramente, se parte da primeira necessidade básica: lutar por comida. Só então é possível lutar contra o sistema que exclui. Mas isto não basta! É preciso ir plantando sementes de uma nova sociedade.

CEFURIA - Curitiba







O objetivo fundamental do CEFURIA - Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo - é construir o protagonismo popular, contribuir na formação da cidadania plena, ajudar o povo a ter vez e voz. Um povo consciente e organizado não se deixa manipular, nem explorar.


Conheça o material sobre Economia Popular Solidária deles baixando algumas apostilas...
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